TRABALHADORES DA
CULTURA
O conteúdo de um texto sobre o histórico encontro da associação teatral, realizado há 30 anos, cujo contexto retratava a luta pela moradia de artistas faz-nos crer que permanecemos em algum lugar do passado, tamanha a similaridade das questões a serem resolvidas. Bem como mantemos a mesma gana de resgatarmos nossa dignidade. Segue um pequeno trecho do texto citado, o qual faz jus à nossa realidade de 2016.
O que nos trás aqui e a certeza de que podemos ser
ouvidos;
“Alguns
poucos artistas e profissionais são bem remunerados com altos salários,
enquanto a maioria amarga o anonimato quando não a fome. Não
somos celebridades instantâneas, vivemos há anos bem ou mal de nossa
profissão, Este é apenas um dos males que a realidade da Arte
e da Cultura nos apresenta. Sabemos que. É preciso ter
quase que uma vocação religiosa para seguir em frente em nossa luta pela
subsistência E o que acontece conosco é o avesso da glamorização da
arte do artista”.
Há muitos anos o artista luta por
direitos trabalhistas, cooperativas foram criadas com tentativa de suprir
necessidades, buscando a valorização da arte e dos seres humanos envolvidos nas
produções; a busca por respeito pela classe, por direitos
trabalhistas. No entanto, quem dos artistas tem carteira de
trabalho assinada, quem recebe férias e 13º? Sujeitos que fazem arte são
valorizados como artistas, na mesma proporção em que são valorizados como seres
humanos? O trabalho (na sua área artística) garante condições básicas de
sobrevivência? Quais artistas, na atualidade, conseguem manter qualidade de
vida? Há anos somos autônomos e seguimos sobrevivendo. No entanto,
paulatinamente as condições ficam mais e mais desumanas e torna-se cada vez
mais difícil perseverar diante da fome ou da falta de moradia. Para os mais
jovens resta pensar em deixar a profissão, aos mais velhos, alguns
impossibilitados de seguir seja em qual ramo for, resta o quê?
Alguns artistas que passaram suas
vidas trabalhando e contribuindo para uma sociedade melhor e destes, muitos
encontram-se sem condições de sobreviver. É assim que retribuímos tanta
generosidade? Quando há oferta de auxilio, olhares e esperanças se
revigoram, no entanto a demora em definições, mudanças de coordenadas e
acordos, desestimulam e desesperam àqueles que carecem de ações
imediatas.
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